terça-feira, 26 de março de 2013

segunda-feira, 25 de março de 2013

Paleozoico - Mais fotos

Continuam a aparecer algumas partilhadas, das quais me vou procurando ...

Momento da partida.















Alguma da sinalética da prova :)

 Se encontrares isto ... volta para trás !


quinta-feira, 21 de março de 2013

Ultra-Trilhos do Paleozoico - Rescaldo

Demorei algum tempo até escrever a crónica sobre a prova, porque estava com sentimentos mistos sobre a participação, e foi melhor esperar até passar algum do empeno !

Conforme tinha anunciado, domingo passado realizou-se o 1º Ultra-Trilhos do Paleozoico, a prova era considerada pela ATRP como "Ultra-Trail, Muito Dificil".
 
Apesar da ameaça inicial de chuva, o tempo esteve excelente !!! E ainda bem, já vão perceber porquê.
 Tinha chovido bastante no dia anterior, o que deixou o trilho bem bem bem pesado.

O Ultra-trail é por contar com uma distância superior à da maratona (neste caso eram 43k), o "muito-dificil" tem a ver com a altimetria da prova (quantidade de subidas e descidas).

Já só por aqui, tem um aspecto algo assustador, mas não sei porquê, o facto da distância ser relativamente pequena para um "Ultra" pareceu-me um bom sítio para me aventurar, e servir de preparação para depois aumentar para o Ultra-Trail da Geira Romana, que anuncia 53 km !

Acontece que, não podia estar mais enganado, um Ultra é um Ultra, e a distância relativamente curta foi largamente compensada com o trilho altamente técnico, com uma fartazana de subidas e descidas de inclinação cabra do monte ( 40% !!!) com travessias de lama, alpinismo, troços de gatinhar, rastejar e descidas a ser necessário recorrer à tecnica dos 5 apoios !!

Para ajudar, quem classificou o percurso, "enganou-se" na altimetria, e poderia ser afinal considerado EXTREMO.

O percurso e dificuldade técnica foram brutais para mim, consegui cair umas 5 vezes, com algumas quedas mais aparatosas que outras.
Em certas subidas, deslocando-me a 0.5 km/h estava a suar, não em pingos, mas sim num fio contínuo a escorrer-me da cabeça.

Apesar de existirem postos de abastecimento a cada 10km, o tempo que levava a percorrer cada km era imenso, ou seja, a entrada de alimentos e líquidos não foi suficiente, e comecei a ficar ourado nalgumas subidas mais duras, tendo mesmo que me sentar a meio.

Por entre o trajecto, felizmente sempre na boa companhia de um companheiro de luta, fui observando desistências atrás de desistências, e a cada posto de abastecimento que alcançávamos, mais gente estava à espera de entrar para as carrinhas de apoio.

Apesar de o amortecimento, aderência, e tempo de secagem das sapatilhas serem excelentes (atravessamos vários rios, ora de água ora de lama), os meus piores receios sobre as sapatilhas ocorreram, os meus dedos estavam constantemente a bater na protecção de pedras, principalmente nas descidas, o que tornava cada passo doloroso apesar das tentativas de descer de lado, tentar encolher os dedos ... Isto resultou numa bela unha negra no fim do dia, tendo que recorrer a um dreno para não a perder.

Levávamos cerca de 30km percorridos em 6 horas de prova quando somos alcançados pelo "corredor vassoura" (um trailer experiente que faz parte da organização para garantir que não fica ninguém perdido em prova), isso quer dizer que houve desistências também atrás de nós, e éramos agora oficialmente últimos !
Teríamos que chegar ao ultimo abastecimento/checkpoint antes das 7h de prova, senão ficaríamos impedidos de continuar devido ao tempo limite, e ao facto de não termos luz frontal.

Na companhia e ajuda do "corredor vassoura", percorremos 5km, trocamos histórias, desabafos sobre a dureza da prova, e partilhei a minha frustracção sobre a dureza da prova, e que estaria a pensar abandonar a prova no checkpoint, pois tudo apontava que chegaríamos fora do tempo.

Partilhei também que estava a ponderar nem aparecer no trail do gerês, pois não estava a conseguir sequer superar este que era mais curto...

Acontece é que esta prova, considerada por quem já fez muitas e muitas provas nacionais, e não só, incluindo a inscrição para o CCC, é de uma dificuldade muito considerável, os "apenas" 43km enganam muito, pois o percurso não dá tréguas, não tem partes planas, e as inclinação são sempre extremas quer a subir quer a descer, e foi uma prova pensada para as "elites", que diga-se de passagem marcaram todas presença.

Na opinião do "vassoura", os 60km do UT Amigos da Montanha, fazem-se muito mais facilmente, e o UT da Geira é óptimo para introdução aos Ultras, até porque só tem uma subida...

Isto deixou-me com um misto de animado e oh raios, a ordem de participação nas provas devia ter sido a inversa.

Os km's foram passando, e chegamos ao checkpoint com 6h50 de prova, a 10 minutos do corte, a pergunta foi simples : Querem continuar, ou desistem e vão já para a partida ?

Na carrinha estavam já mais atletas desistentes, estando só à nossa espera para abandonar a serra.

Honestamente, tínhamos todos os motivos para desistir, e até já estava resignado que iria acontecer, pois acreditei mesmo que iamos chegar fora de tempo, mas aqueles 10 minutos ... e o meu companheiro de luta insistia em continuar !!
Todos os seus amigos lhe tinham dito que ele não seria capaz de concluir, o que é um grande factor de motivação...

Enchemos a barriga e ... CONTINUAMOS !!!

Esperava-nos a subida mais dura de todo a prova, um corta-fogo com 1,5km a 40% de inclinação em pedra solta, nem conseguia espetar os bastões que o simpático vassoura me havia emprestado...

Após isto,  mais uma parte técnica de desce e sobe pelo meio de uns calhaus em versão alpinismo, para ir dar ao mesmo sítio ... e depois a descida pela pista de down-hill.

O resto foi ÉPICO !! Outro corredor da organização fez o percurso inverso para nos procurar, e acompanhou-nos os km's finais tirando fotos, e encorajando. Tivemos que fazer um desvio, porque uma das pontes já tinha sido retirada, e os bombeiros ido embora, mas continuamos sempre !

A certa altura já haviam retirado as fitas que sinalizavam a prova, por isso fomos acompanhados por mais um elemento da organização para nos guiar pelo caminho :)


Quando nos estavamos a aproximar do final, a nossa chegada foi anunciada por telemóvel, para ter a postos o fotografo da prova, e os prémios de participação e receber fortes aplausos à entrada do pavilhão.

Chegamos ao final com umas brutais 9 horas e 24 minutos de prova, e um sorriso enorme !!!

Foi duro, mas consegui 2 objetivos, terminar a prova, e ser ultimo aplicando todos os meus esforços e mais alguns !

Apesar de ser o ultimo a terminar, não fiquei na ultima linha da tabela, terminei em 234 dos 320 atletas inscritos, com os quase 100 desistentes a terminar a lista.


Frase feita ou não, ultra é ultra, e o ultimo é quem passou mais tempo em prova, posso dizer com orgulho : EU SOU ULTRA-MARATONISTA !


Em relação ao equipamento, tenho a dizer que tudo funcionou bem, mesmo as sapatilhas, infelizmente não sendo muito adaptadas ao meu formato de pé mais largueirão.

Os óculos da Julbo são excelentes, escurecem bastante, e nas zonas mais escuras respondem rápido a clarear. A melhor análise que faço, é que não tive nenhuma das habituais dores de cabeça de estar horas ao sol, e não houve qualquer problema ou marca de os ter na cara.

A mochila da Salomon continua fantástica, e por vezes até me esquecia que a tinha posta.

O Garmin 610 ficou sem bateria às 7h30 de prova ... é anunciada uma autonomia de 8h, mas ele já não é novo, a bateria vai viciando ...
Mais tarde descobri que é possível usar uma bateria portátil (3,8€ ebay com carregador solar), e que o relógio carrega enquanto continua a registar o percurso, sendo possível usar em provas de duração interminável.

Agora a parte que interessa, aqui ficam algumas fotos, e o track reconstruido. !




Na companhia da elite mundial, Carlos Sá !



Eu e o Nuno Brás, o companheiro guerreiro, ainda nos km's iniciais, sem saber bem o que nos esperava !


 O bastão de caminhada improvisado, pois as subidas eram quase impossíveis sem apoio extra.



 Últimos metros !!! Com direito ao comentário : Se era para chegar com essa cara, vinhas mais cedo!


Chegamos !!! E um queijo !







sábado, 16 de março de 2013

Ultra-trilhos do Paleozoico, antevisão.

Falta pouco para enfrentar os 43km e 2100 metros D+ da Serra de Valongo e Pias.

Penso que está tudo preparado, mochila carregada, equipamento escolhido e alinhado ...


Com tudo a correr bem, a esta hora de amanhã, poderei acrescentar Ultra-Trailer ao currículo :)

Com algo a correr menos bem, tenta-se na próxima oportunidade.


A chuva é dada como a companhia certa para quase toda a prova, o que tornará tudo mais especial. Já dizia o outro, trail molhado, trail abençoado.

Em relação ao equipamento :

Ainda não estou 100% convencido com as LA Sportiva, pois o dedo grande do pé por vezes bate na protecção de pedras, mas vou almofadar a zona.

Os calções caem-me (acho que encolhi desde que os comprei ... ou o elástico alargou) mas vou levar o cinto porta-dorsal a segurar, se não resultar, dá uma técnica de corrida original.

A mochila está com 3kg's ... É pesadote, mas uma das bananas e alguma água são para beber na linha de partida, o resto vai-se esvaziando pelo caminho !
Quando chegar à ultima subida, já deve ir bem mais leve.

Em relação à preparação :

Não faço a mínima ideia de como é possível alguém preparar-se para uma coisa destas, por isso não sei se é boa ou má, amanhã digo !

Em relação ao percurso :

Pelo que vi da organização, está tudo muito bem planeado e marcado, com fitas próprias do evento, tabuletas de "caminho errado" e abastecimentos nas zonas chave.

Não faço a menor ideia do tempo que demorarei, nem do que seria bom ou mau, sei que o tempo limite são 9 horas de prova, e que em primeiro não fico (hoje encontrei o Carlos Sá a levantar o dorsal...), a partir daí ...

Venham esses trilhos !

injinji : Primeiro estranha-se, depois entranha-se !

No decorrer das normais investigações sobre equipamento e novidades, deparei com as meias de dedos da injinji, que estão a ser relativamente famosa no mundo das corridas e não só.

A ideia é que promovem um movimento mais natural do pé (embora que ainda dentro de calçado convencional), ajudam a ter separação entre os dedos, e ajudariam a quem tem problemas de bolhas, visto que os dedos não roçam uns com os outros, nem ficará tanta chulézada entre os dedos.

Optei por experimentar as extra-finas, visto que devido a pata grossa, as sapatilhas ficam justas, sempre me dão mais algum espaço para mexer os dedos.

Para já, nos treinos que fiz com elas, reparo que o material é bom, os pés ficam sequinhos, e que são de facto-ultra finas (sobra mais laçarote nos cordões).
Em relação à separação dos dedos em si ... é algo que estranhei ao inicio, depois habituei-me, mas ainda não sei se é melhor ou pior, mas dá uma noção de maior segurança ou aderência, principalmente em terreno instável.

Amanhã é dia de Ultra-trilhos do Paleozoico, e vamos ver como se aguentam os pés nelas com a distância.

(Outra vantagem é que já posso contar até 20 :D)

domingo, 3 de março de 2013

XXXI Manteigas - Penhas Douradas

Na participação nesta prova mítica quase conseguia garantir o ultimo lugar !

O percurso de 1km vertical faz desta uma prova completamente diferente de tudo o que conheço.
 Foi divertidíssima, com paisagens incríveis, neve neve e mais neve, e uma chegada em alto com chá e bolos ! Tudo isto em grande companhia do atleta José Mota (a fazer o esforço de ficar para trás para me acompanhar).


Depois da prova, fizemos o percurso inverso, e sinceramente nem sei bem se custou mais a subir ou a descer ...